O amor verdadeiro e a paciência


Deslizar para a esquerda, deslizar para a direita. Hoje em dia, combinar um encontro é quase como “ver as montras” e escolher uma peça de roupa. Tudo é rápido, tudo é imediato, tudo acontece em apenas alguns minutos. Depois, o amor desaparece tão depressa quanto apareceu. 


Mas será que esse é um problema nosso, um problema moderno? Será que as “paixões de antigamente” se evaporaram definitivamente? Nada disso. O que acontece é que nos habituamos ao instantâneo e, assim sendo, desistimos à primeira dificuldade. Faltam-nos paciência e persistência.


Não quero com isto dizer que os amores de antigamente eram mais intensos ou mais profundos. Muitas vezes não havia outra opção senão continuar na relação, fosse por preconceito, tabu social ou a impossibilidade legal de pedir um divórcio. Especialmente tendo em conta que a posição social das mulheres era muito mais vulnerável do que hoje.


Romancear os romances de antigamente é, portanto, um erro. Sempre houve grandes amores e sempre haverá; o importante é estarmos cientes de que as relações devem ser cuidadas e regadas todos os dias, como as plantas. Neste caso, com uma boa dose de paciência, de carinho e de companheirismo. 


Sem esses três ingredientes, nada passará de uma relação passageira, mesmo quando se trata de verdadeiro amor. Não que haja nada de errado com encontros casuais, desde que ambas as partes estejam de acordo e ninguém vá à procura de uma relação para vida a toda!


Esta é, portanto, a minha opinião sobre o amor verdadeiro. Não acho que precisemos de uma máquina do tempo, mas sim de oferecer mais paciência. Não podemos esperar encontrar todas as respostas em 5 segundos no grande Google da vida, nem entrar em desespero com as mensagens vistas e não respondidas.

Nada mudou na Natureza humana entre o "antigamente" e o agora; as nossas mudanças de atitude devem-se apenas à evolução da tecnologia e à evolução das sociedades. O amor verdadeiro continua por aí, à nossa espera, tanto quanto esteve à espera das nossas avós, bisavós e trisavós.

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